O problema que atinge metade da população masculina
De acordo com os dados mais recentes da Sociedade Brasileira de
Urologia (SBU), através de um estudo em 22 cidades brasileiras, 44% dos homens
do país possuem disfunção erétil. A doença pode ser definida como a
incapacidade de manter uma ereção que permita penetração e uma relação sexual
satisfatória. Foi descoberto que 56% dos homens que sofrem com o problema
afirmaram ser hipertensos, 19% diabéticos, 13% têm colesterol alto e, ainda,
12% deles são cardíacos.
Segundo o especialista em disfunção erétil, médico andrologista Sérgio
Iankowski, não há uma causa única, muito menos um tratamento padrão para o
problema. "A solução eficiente é analisar a fundo e com calma o problema
do paciente, pois a doença atinge pessoas das mais variadas idades e condições".
No entanto, existem causas cientificamente comprovadas da disfunção erétil.
Durma bem
De acordo com um estudo da Unifesp, os pacientes que sofriam de
impotência sexual despertavam mais durante a noite e tinham o sono fragmentado,
sem conseguir chegar ao estado de sono profundo. "Além disso, a falta de
sono aumenta as chances de problemas cardiovasculares e diabetes, favorece o
ganho de peso, fatores que contribuem para a impotência", diz Iankowski.
Outro problema associado é a automedicação de remédios para a impotência, que
pode afetar negativamente o sono. "Muitos jovens têm se automedicado sem
ter impotência, visando um efeito potencializado da ereção e, pior, associam os
remédios à bebidas alcoólicas e drogas. A combinação pode ser fatal",
alerta.
Drogas
Um estudo da Universidade Real de Londres confirma que o cigarro
aumenta o risco de impotência. Homens que fumam têm 40% a mais de risco de
sofrer de disfunção erétil. E quanto maior o número de cigarros consumidos,
maior a chance de ter problemas na performance sexual. Mesmo aqueles que fumam
menos de 20 cigarros por dia têm a chance de sofrer impotência aumentada em
24%. "Isso ocorre porque o cigarro tem substâncias que entopem a micro
circulação, o que atinge também o pênis e a ereção", diz o andrologista.
Um estudo da Unifesp também descobriu que entre usuários de álcool, cocaína,
crack e ecstasy, 47% têm ejaculação precoce, redução de libido e impotência.
"O problema também se relaciona à alterações vasculares, causadas pelo uso
prolongado dessas substâncias", afirma. Além disso, remédios como
antidepressivos e para a calvície podem influenciar na ereção.
Machucados
Muitos jovens que não sabem a origem do seu problema de ereção, podem
ter sofrido um trauma na região do pênis. "Já atendi homens com disfunção
erétil que haviam levado uma mordida da parceira no pênis. Nesses casos, em
geral, fazemos uma cirurgia", diz Sérgio. O trauma é também frequentemente
causado durante a prática de esportes. Caso você tenha sofrido algum acidente,
por menor que seja, vale fazer uma avaliação com o urologista ou médico
especializado.
Bicicleta
Um estudo publicado no Journal of Sexual Medicine alerta que ciclistas,
especialmente os homens, devem tomar cuidado com os assentos de bicicleta que
escolhem, dando preferência aos que não tem a ponta pronunciada. Muitos estudos
anteriores demonstraram que ciclistas tinham maiores chances de ter impotência,
por causa da pressão causada pelo assento da bicicleta no períneo. "Não é
o caso de parar de andar de bicicleta, pois o problema não é muito comum. Mas
vale atentar para o assento correto", diz o médico.
Diabetes
As artérias do pênis são muito sensíveis às alterações vasculares
causadas pelo diabetes. Cerca de metade dos pacientes diabéticos têm problemas
de ereção, segundo o médico. E esses pacientes não podem ser tratados com os
remédios mais conhecidos, como o Viagra, pois estes não surtem efeito. Mas há
outras formas de tratamento, basta encontrar com um profissional especializado
ajuda o quanto antes.
Barriga
Uma pesquisa realizada pela Escola de Saúde Pública de Harvard mostrou
que a obesidade e o sedentarismo aumentam as chances de disfunção erétil. O
estudo notou, também, que os obesos sofrem mais com impotência, pois
apresentavam o sistema circulatório debilitado, o que reflete na ereção. Além
disso, a hipertensão e o colesterol alto têm relação com o problema. Ou seja, a
circunferência abdominal não é causa direta da disfunção erétil, mas sim as
alterações metabólicas decorrentes da obesidade podem gerar problemas sexuais.