Implantes dentários
podem ser feitos até sem cortes - Estudos científicos de acompanhamento de 40
anos apontam para uma taxa de sucesso acima de 90%
Os
implantes dentários estão cada vez mais modernos e são uma opção desejada por
quem quer fugir das próteses (dentaduras). O tratamento pode ser feito até sem
cortes, mas seu sucesso depende de alguns fatores, como características do
osso, gengiva e cuidado de higiene bucal.
A
técnica mais usada hoje em dia é a osseointegração, em que há contato direto
entre osso e implante. Estudos científicos de acompanhamento de 40 anos apontam
para uma taxa de sucesso acima de 90%. A partir de 18 anos já é possível se
submeter ao procedimento, quando a fase de crescimento já terminou.
Contraindicações
O
fator mais importante a ser considerado em relação ao paciente é que ele tenha
um bom estado geral de saúde. Se há algum problema sistêmico (diabetes,
cardiopatias, pressão alta) descompensado, o implante não pode ser feito. “Se a
pessoa tem algum desses problemas, ela deve consultar um clínico geral para que
estabilize o estado de saúde, e assim fique clinicamente apto para a colocação
do implante”, diz o cirurgião-dentista Rodrigo Beltrão, Doutor em Traumatologia
Bucomaxilofacial / Implantodontia e um dos mentores de parceria entre a
Sociedade Brasileira dos Cirurgiões-Dentistas (SOBRACID) e o Centro de
Implantodontia da Universidade da Califórinia, Los Angeles (UCLA).
Caso
o paciente faça uso de algum tipo de medicamento, como hormônios (para
reposição hormonal) ou anticoagulantes, o dentista também precisa saber. Isso
porque os primeiros podem interferir na cicatrização óssea, e os segundos
aumentam sangramentos.
Pacientes
que fumam também são passíveis de terem complicações, pois o tabagista tem uma
mucosa menos vascularizada e substâncias químicas em contato com o tecido
gengival, o que causa aquecimento da gengiva. A consequência disso é um
processo de cicatrização desfavorável. Uma dieta de fumo pode ser indicada dias
antes e depois do procedimento. “Alguns pacientes apresentam perdas ósseas
severas e devem ser analisados para a correta indicação da técnica de
implantes”, afirma.
Recuperação
Após
o procedimento cirúrgico é necessário fazer repouso parcial, de três a cinco
dias. “Isso significa não praticar exercícios físicos e evitar movimentos
bruscos com a cabeça”, diz o especialista.
Para
conservar o implante, a higienização é a mesma feita nos dentes. Beltrão
explica que, assim como nos dentes naturais, os implantes dentais necessitam do
estabelecimento de uma rotina disciplinada de higienização, com escovação e uso
de fio dental. “Essa rotina previne a formação do biofilme (placa bacteriana),
e consequente inflamação dos tecidos ao redor do implante. Controle periódico é
a chave do sucesso”, afirma.
Intercâmbio SOBRACID
/ UCLA
Parceria
entre a SOBRACID e UCLA em
Implantodontia desenvolve intercâmbio científico entre profissionais graduados
com o propósito de troca de experiência e compartilhamento de tecnologia. A
primeira delegação gaúcha chegou recentemente dos Estados Unidos e delegação
estrangeira chegou a Porto Alegre nesta segunda-feira (17).
A
parceria técnica e científica entre as entidades se manterá nos próximos cursos
de Especialização em Implantodontia da SOBRACID, assim como em novos cursos de
intercâmbio que, brevemente, serão anunciados. “Estamos também", conclui
Rodrigo, "desenvolvendo alguns projetos de pesquisa em Implantodontia
junto aos professores da UCLA e logo teremos algumas publicações científicas em
parceria que beneficiarão a sociedade”.
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