quarta-feira, 12 de março de 2014

Quem chorará por nós?

Suspensão de julgamento sobre perdas dos poupadores fará novas vítimas

Defensores dos poupadores vão contestar no Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de suspensão do julgamento sobre as supostas perdas nos planos econômicos editados nas décadas de 1980 e 1990. Segundo o especialista em Direito do Consumidor, advogado Ricardo Martins Limongi – sócio da Sociedade Limongi Faraco Ferreira Advogados -, caso o pedido seja aceito, ações civis que beneficiaram milhares de poupadores podem prescrever. "A primeira vez que o julgamento foi pautado foi em abril de 2012. Depois, alteraram para o fim do ano passado, mas o julgamento foi cindido para terminar neste ano. Agora, para regozijo dos bancos, adiaram uma vez mais", lamenta Ricardo Limongi.

O advogado alerta que o prazo de prescrição para processos que estão em fase de execução é de cinco anos. Segundo ele, vários poupadores ganharam uma ação civil pública contra o Banco do Brasil em outubro de 2009. O prazo para eles receberem terminaria, portanto, em outubro deste ano. Já no caso do HSBC, houve uma decisão a favor dos poupadores em agosto de 2009 que prescreve daqui a seis meses.

O Banco Central e a Advocacia-Geral da União (AGU) pediram aos ministros do STF que suspendam totalmente o processo dos planos econômicos para a realização de audiência pública com o objetivo de discutir quais serão os impactos financeiros de uma futura decisão da Corte.

O STF vai definir se investidores com recursos na caderneta de poupança na implantação dos planos econômicos dos anos 1980 e 1990 têm direito a ressarcimento dos bancos por eventuais perdas. De acordo com informações do Ministério Público (MP), o montante chega a R$ 441 bilhões, mas, segundo parecer da consultoria LCA enviado ao STF, a soma é de cerca de R$ 18 bilhões.

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