sábado, 29 de março de 2014

COPA 2014: número de mortes em obras quadruplica em relação à edição de 2010

Foram oito mortes no Brasil contra duas na África do Sul

Com a confirmação do óbito na tarde deste sábado (29) do operário Fabio Hamilton da Cruz, ferido em um acidente ocorrido pela manhã na obra do estádio do Corinthians, na Zona Leste de São Paulo, o Brasil registrou de junho de 2012 até aqui oito mortes relacionadas à construção e preparação das arenas para a Copa do Mundo. Na África do Sul, local da Copa do Mundo de 2010, foram duas mortes registradas nas obras dos estádios.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o operário caiu de uma altura de 15 metros. A empresa Fast, contratante da empresa WDS, para a qual o operário trabalhava, diz que a queda foi de uma altura de oito metros. De acordo com a empresa, Fabio Hamilton da Cruz portava todos os equipamentos de segurança para a atividade.

Para a engenheira e especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e Gerenciamento Ambiental, Maria Regina Pereira Buss - diretora da Mareg Engenharia de Segurança -, a atividade  com risco de queda em altura continua sendo uma das atividades da construção civil que mais apresenta  risco a vida e a saúde dos trabalhadores. “Esta situação de risco pode ser controlada através da análise dos riscos da atividade a ser executada, de um treinamento adequado, do uso dos EPI’s (Equipamento de proteção individual)  e EPC’s (Equipamento de proteção coletiva)  adequados,  de equipamentos necessários e próprios a atividade, apto nos exames médicos indicados para a função e atividade desenvolvida,  e  o acompanhamento  do desenvolvimento do trabalho por profissionais da área de segurança do trabalho”, esclarece a engenheira.

Na África do Sul, a Copa do Mundo foi disputada em dez estádios. Destes, seis foram construídos do zero para a competição. No Brasil serão doze arenas para receber a Copa e três delas foram erguidas do zero.

Na opinião da diretora da Mareg Engenharia de Segurança, no caso das obras para a Copa, elas já eram previstas, mas o atraso de início em função de vários fatores econômicos, estratégicos etc., levaram a um resultado de obra com cronograma encurtado, onde estudos e planejamentos tiveram que se encaixar no tempo restante. “Sempre que trabalhamos com o item tempo comandando, o processo pode sofrer inversão de prioridades e de valores e a Segurança do Trabalho não consegue manter todas as suas ações na fase de planejamento  e acaba por tomar decisões importantes  já no nível operacional do trabalho. O resultado pode trazer retrabalho, incidentes e como podemos ver também  acidentes e vítimas”, conclui Maria Regina.

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