Foram oito mortes no
Brasil contra duas na África do Sul
Com
a confirmação do óbito na tarde deste sábado (29) do operário Fabio Hamilton da
Cruz, ferido em um acidente ocorrido pela manhã na obra do estádio do
Corinthians, na Zona Leste de São Paulo, o Brasil registrou de junho de 2012
até aqui oito mortes relacionadas à construção e preparação das arenas para a
Copa do Mundo. Na África do Sul, local da Copa do Mundo de 2010, foram duas
mortes registradas nas obras dos estádios.
Segundo
o Corpo de Bombeiros, o operário caiu de uma altura de 15 metros. A empresa
Fast, contratante da empresa WDS, para a qual o operário trabalhava, diz que a
queda foi de uma altura de oito metros. De acordo com a empresa, Fabio Hamilton
da Cruz portava todos os equipamentos de segurança para a atividade.
Para
a engenheira e especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e
Gerenciamento Ambiental, Maria Regina Pereira Buss - diretora da Mareg
Engenharia de Segurança -, a atividade
com risco de queda em altura continua sendo uma das atividades da
construção civil que mais apresenta
risco a vida e a saúde dos trabalhadores. “Esta situação de risco pode
ser controlada através da análise dos riscos da atividade a ser executada, de
um treinamento adequado, do uso dos EPI’s (Equipamento de proteção
individual) e EPC’s (Equipamento de
proteção coletiva) adequados, de equipamentos necessários e próprios a
atividade, apto nos exames médicos indicados para a função e atividade
desenvolvida, e o acompanhamento do desenvolvimento do trabalho por
profissionais da área de segurança do trabalho”, esclarece a engenheira.
Na
África do Sul, a Copa do Mundo foi disputada em dez estádios. Destes, seis
foram construídos do zero para a competição. No Brasil serão doze arenas para
receber a Copa e três delas foram erguidas do zero.
Na
opinião da diretora da Mareg Engenharia de Segurança, no caso das obras para a
Copa, elas já eram previstas, mas o atraso de início em função de vários
fatores econômicos, estratégicos etc., levaram a um resultado de obra com
cronograma encurtado, onde estudos e planejamentos tiveram que se encaixar no
tempo restante. “Sempre que trabalhamos com o item tempo comandando, o processo
pode sofrer inversão de prioridades e de valores e a Segurança do Trabalho não
consegue manter todas as suas ações na fase de planejamento e acaba por tomar decisões importantes já no nível operacional do trabalho. O
resultado pode trazer retrabalho, incidentes e como podemos ver também acidentes e vítimas”, conclui Maria Regina.
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