sexta-feira, 14 de novembro de 2014

CÂNCER & DISFUNÇÃO - Como fica a vida sexual após a retirada da próstata?

2014 vai fechar com 69 mil novos casos - Segundo especialista, a saúde geral de um indivíduo sempre repercute sobre a sua vida sexual. “A cirurgia de câncer de próstata é uma das causas de impotência. Prevenir esse tipo de câncer é zelar pela saúde sexual”, acrescenta.

Enquanto você lê esta matéria um brasileiro está sendo diagnosticado com câncer de próstata: a cada 7 minutos. A estimativa até o final deste ano é de 69 mil novos casos. Se diagnosticado precocemente, as chances de cura são altas. Infelizmente, a palavra prevenção não é suficiente para convencer a maioria dos homens acima de 50 anos a fazerem anualmente o exame de toque e PSA. Assintomático na fase inicial, o tumor quando sinaliza já está em fase avançada em cerca de 95% dos casos. E não é só o estigma de super-homem que afasta esses homens dos cuidados básicos com a saúde. A masculinidade acima de tudo e o medo de ter a vida sexual transformada pela cirurgia da retirada da próstata também repelem pacientes das unidades de saúde ou consultórios.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, a chance de cura de um paciente diagnosticado precocemente é de 90%, caindo para 28% quando a doença é detectada em estágio avançado.

Ereção

O médico andrologista Sérgio Iankowski* afirma que o medo da disfunção erétil leva muitos homens a não se submeterem ao procedimento cirúrgico, embora em alguns casos exista a possibilidade da radioterapia substituir a intervenção.

“Vários estudos que analisam a questão da ereção, após a retirada da próstata, mostram que 36% dos homens já apresentavam algum grau importante de disfunção erétil antes do diagnóstico. A dificuldade de ereção não pode ser atribuída somente à prostatectomia radical”, coloca o especialista.

Segundo ele, o problema está intimamente relacionado à idade. “Homens mais jovens têm menor chance menor de sofrem com dificuldades de ereção, o tamanho do tumor também influencia. Se é um caso que já invade a parte neural, as chances aumentam”, observa. Iankowski reforça que o principal recado é que as técnicas cirúrgicas estão se aprimorando para preservar a enervação.

Outra informação importante é que a disfunção erétil pode ser temporária. O emocional é importante para não influenciar negativamente a evolução do quadro. Se o problema persistir, o paciente ainda pode fazer uso medicamentos para aumentar a eficácia da ereção. Se ainda assim não surtir efeito, existe a opção da prótese peniana.

O andrologista reforça que o risco da disfunção erétil é maior em homens acima dos 60 anose que doenças concomitantes como hipertensão, diabetes e tabagismo podem aumentar a chance de redução efetiva da ereção após a cirurgia.
  
(*) Dr. Sérgio Iankowski

- Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
- possui pós-graduações em Infertilidade - pela Fundação Universitária de Fertilidade e Endocrinologia (FUEFE) e pela Fundação Puigvert, Barcelona, Espanha - e em Sexualidade Humana pela Universidade Tuiuti do Paraná;
- integra a Internacional Society for Sexual and Impotence Research (ISSIR), a Sociedade Brasileira de Andrologia (SBA) e a Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (SBRASH);
- autor do livro Ereção e Falha, Falhou Por quê?;
- dirige o Instituto de Infertilidade e Andrologia, desde 1983.

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