Brasil
registra média de sete mortes por dia. No Estado o índice é de um óbito a cada
dois dias. Para especialista falta estratégia e informação para erradicar
acidentes de trabalho.
27 de
julho - Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho – nada mais
emblemático do que a reflexão: se a economia cresce é essencial que a segurança
e saúde no trabalho estejam anexadas às medidas de geração de emprego e renda –
no que se refere à avaliação dos riscos e do gerenciamento de empregos. Dados
divulgados no primeiro semestre pelo Ministério da Previdência Social traçam
uma realidade nefasta: a cada dois dias, uma pessoa morre, em média, em
decorrência de acidentes de trabalho no Rio Grande do Sul (ocorreram 55.013
acidentes com trabalhadores, que resultaram em 166 mortes). No Brasil, a média
é de sete mortes por dia: 2.731 em 705.239 casos. O levantamento do Ministério
da Previdência Social refere-se ao cumulativo do exercício de 2012 em todo
País.
Na
comparação com o ano anterior o número de acidentes computados no Estado
apresentaram queda de 5% (foram 57.905 casos em 2011). O número de mortes
também caiu 3% no Estado. Para a especialista em Engenharia de Segurança do
Trabalho e Gerenciamento Ambiental, engenheira Maria Regina Pereira Buss –
diretora da Mareg Engenharia de Segurança – mesmo com a redução, as
estatísticas ainda são alarmantes.
Ranking
indigesto
A
Organização Internacional do Trabalho – OIT - coloca o Brasil em quarto lugar
no ranking mundial de países com alto índice de acidentes trabalhistas, atrás
apenas de China, Estados Unidos e Rússia. A OIT ainda aponta o grau de
descumprimento das normas de proteção para os funcionários como o principal
fator gerador de acidentes no País.
Como é
o ambiente de trabalho? Existe proteção coletiva? O funcionário conta com
equipamentos de proteção individual? Este possui treinamento de segurança para
desenvolver sua atividade?
“Em
primeiro lugar é imperativo deixar de classificar o acidente à fatalidade,
infortúnios ou até mesmo culpa do trabalhador. O mesmo conta com treinamento e
está munido de equipamentos de segurança adequados? Tudo isso deve ser
avaliado”, considera a especialista.
Perfil
das vítimas e setores de maior ocorrência
De
acordo com a Previdência, os segmentos onde se dão mais acidentes são:
serviços, comércio e reparação de veículos automotores, saúde e serviços
sociais e construção civil. Já os membros superiores são os mais afetados em
acidentes - lesões em mão e punhos, que totalizam 35% dos casos. Além disso,
cerca de 70% dos casos envolvem homens, com idades entre 25 a 29 anos.
O que
não está nas estatísticas?
Segundo
a engenheira, a verdade é mais grave do que se imagina. Na medida em que a
Previdência registra apenas situações que envolvam trabalhadores devidamente
registrados – ou seja, 50% da população economicamente ativa, desconsidera a
informalidade e os autônomos.
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